Ataques pessoais, assédio e calúnias sobre nossas companheiras não nos farão retroceder!

“A determinação do correto e do errado exige muitas vezes um certo período de tempo de experiência. A história ensina que muitas vezes o que é novo e correto não é nos primeiros momentos admitido pela maioria dos homens e não pode desenvolver-se a não ser que na luta e através de caminhos sinuosos. Acontece muitas vezes que o correto e o bom não são considerados ao princípio como flores perfumadas, mas pelo contrário, como ervas venenosas.”(Mao, Sobre o tratamento correto das contradições no seio do povo, 1957)

Encontro Regional Extraordinário – N-MEPR – 25 de agosto de 2024

Somos obrigados a responder a nota da Coordenação Nacional do velho, velhíssimo, MEPR, mas saibam que não nos rebaixaremos ao seu método: injúria, difamação e exposição de companheiros. Desde o início, propomos o debate aberto, franco, que gire em torno dos princípios.

Companheiros, é um erro enorme de compreensão quando dizem que não há motivos para o rompimento e este é levado por razões escusas, individuais. São problemas de princípios, linha de massas, método: essas são a aplicação da ideologia, é problema de linha! No qual repetimos, discordamos neste ponto dos companheiros. Nós não estamos nos escondendo atrás da grande Guerra Popular na Índia, estamos nos colocando ao lado das críticas de um partido em guerra com experiência sobre o que é centralismo democrático, linha de massas, método e afinal, ideologia. Não é claro que na sua nota são vocês quem opõem a Guerra Popular na Índia à Revolução Agrária? Os diversos pronunciamentos, vindos das suas bases, associando a posição do PCI (M) à “direita” no Movimento Comunista Internacional, não guardam nenhuma relação com a sua avaliação das posições críticas dos camaradas indianos?

A juventude segue viva, lutando. O Novo que demarcamos posição está na nossa construção, vocês só podem reproduzir a velha tradição de sectarismo, velhos argumentos, velho desespero quando se levanta o novo. Desesperados porque perderam para sempre o monopólio da defesa do maoismo, e não podem mais fazer suas deturpações livremente. E apesar das extravagantes referências a cultura popular, cometem mais subjetivismo, pois não podem mudar o alvo das palavras de Brecht ou Vandré. A utilização de músicas e manifestações culturais que sempre foram direcionadas a nossos inimigos de classe para ameaçar quem se levanta para fazer duras, mas necessárias críticas, é algo inaceitável! Os senhores nos acusam de dedo-durismo, mas na verdade quem o faz são vocês!

Vocês estão fazendo um movimento para justificar o injustificável, pensem bem, pois estão todos alertados disso. O movimento popular é testemunha e as massas são as nossas defensoras: “principalmente, não faremos mais quaisquer concessões às vossas provocações baratas, policialescas de deduragem. Prestem atenção senhoras e senhores, não são mais crianças nem adolescentes.” (Nota da CN do MEPR). Se ousarem substituir a luta política por este método numa ação desesperada, apenas acelerarão o seu processo de decomposição.

Vocês tentam vilanizar nossas companheiras, porém, subestimam a juventude que se levantou em bloco contra os seus desmandos. Se fosse tirania de uma pessoa, não estariam sendo rechaçados por cada companheiro que procuraram, e com orgulho dizemos, são muitos. Vocês colheram, depois dessa atuação patética, nada. Só confirmam nossas críticas e mostram para todos seu velho estilo de propaganda clichê e desligado da realidade. Sua nota e sua triste intervenção numa plenária da Uerj é um caso inédito de auto-refutação. Vocês não ganharam ninguém, nós ganhamos mais adesão e várias declarações de solidariedade.

Às nossas críticas de que há um desprezo ou um tratamento equivocado sobre a questão negra no Brasil, ou LGBT+ e mesmo sobre as mulheres – onde julga ter uma linha consolidada –, a Coordenação Nacional apenas diz que se tratam de pautas “identitárias”. Ou seja, afirmam perante sua própria militância que o seu “marxismo” considera a contradição de classe como a única, e não a fundamental, que atua sobre as demais. Isto não se parece com a abordagem trotskysta de “classe contra classe”? Também é puramente trotskysta a sua abordagem sobre o fascismo na sociedade contemporânea.

Em outro trecho, o “grande” argumento dos dogmáticos é mencionar de ouvir dizer que uma das nossas militantes pretende escrever um projeto de mestrado sobre o “feminismo decolonial”. Ainda que fosse verdade, ela não poderia fazê-lo, digamos, para criticá-lo? Continuem por este caminho e terminarão queimando livros em praça pública. Mas, ao contrário do seu subjetivismo, não precisamos trabalhar com ilações patéticas (como a de relacionar uma crítica maoísta às suas posições e práticas com uma declaração do PC Brasileiro, o que nos provocou um misto de hilaridade e vergonha alheia). No editorial de 25 de agosto último, intitulado “O orçamento segue com os amigos de Bolsonaro”, o jornal A Nova Democracia, que de forma pouco democrática tem dado palanque apenas para as suas posições, escreve este absurdo:

“Esse foi o maior roubo da história de dinheiro público promovido pelas ratazanas do Congresso Nacional. Faz parecerem trombadinhas os protagonistas do escândalo dos ‘anões do orçamento’”.

O termo “trombadinha” é usado desde a década de 90 no Rio para designar a juventude pobre e preta, estigmatizada como “batedores de carteira” nas áreas ricas da cidade. É um termo claramente racista, repugnante e reacionário. Eis um exemplo de aonde conduz a ausência de investigação e estudo da realidade e dos problemas atuais: julgando-se “ultrarrevolucionários”, vocês circulam ideias atrasadas (velhas, na acepção do termo) e não formam, senão deformam a juventude.

Será que era apenas no Rio onde a militância via e sentia tais erros, desde muito tempo? Nosso coração bate junto com a luta das massas populares, local onde sempre estivemos. Olhem as últimas notícias do site, foi a nossa coordenação que travou todas essas lutas, inclusive contra o PT e seu governo oportunista e conciliador, não só dentro da Uerj, mas também nos comitês de solidariedade a Palestina. O que foi a greve na UFF, senhores, se não denúncia dia após dia do governo oportunista? Mantivemos a bandeira no alto e as conquistas na mão. Provem onde nossa companheira votou contra ocupação, quando na verdade, a estrutura paralela que criaram na Uerj que não queriam propor a ocupação do prédio e sim greve imediata, pauta do PT. Além de concordar com os trotskystas em comando de greve fechado. Provem onde está a proposta de tal chapa com o PSTU, não há nenhum processo eleitoral aberto na UFF. Estão tão preocupados em mentir, que estão perdendo o rumo.

Não vamos reduzir nossas ações ao palavreado e marcações de posições vazias, o falar para si mesmo, desprezando, como sempre, o trabalho paciente e vinculado aos estudantes. Apegados aos grandes “feitos”, na verdade, mais frases de efeito, vocês deixam de lado a construção diária. Andem com as próprias pernas agora, construam o trabalho à imagem e semelhança de vocês. Já não nos cabe dar ares palatáveis à sua atuação nefasta.

ABAIXO A AEDA DA FOME!