Desde o dia 29 de dezembro de 2024, indígenas do povo Avá-Guarani vem sofrendo ataques por parte de pistoleiros na região de Guaíra, no Oeste do Paraná. A tentativa de invasão, que tem durado todas as noites desde que começaram, ocorre com disparo de pistolas, rifles e espingardas, queimando barracões e lançando rojões sobre a comunidade Yvy Oakju (antiga Y’Hovy), na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá. “O ataque mais recente ocorreu na noite do dia 3 de janeiro e deixou quatro Avá-Guarani feridos por tiros. Na ocasião, uma criança de 4 anos foi atingida na perna, um jovem foi alvejado nas costas, outro indígena também foi ferido na perna e um quarto Avá-Guarani foi atingido no maxilar por um disparo efetuado com munição de grosso calibre”, relatou em nota a Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
Assim como posseiros e sem-terras, camponeses pobres ao redor de todo o Brasil, os povos indígenas têm sido alvo do aumento da ofensiva reacionária no campo. As tentativas de expulsão dos territórios são organizadas e realizadas nos mesmos moldes de despejos de terras camponesas, em que pistoleiros armados e encapuzados realizam massacres a mando de latifundiários a fim de grilar as terras. Que o Estado esteja “ausente”, não deveria impressionar, mesmo com contingentes do exército na região que deveriam supostamente conter os ataques, os povos originários permanecem à mercê das promessas de ajuda e solução. Ainda, os ataques foram premeditados nas redes sociais, e já ocorreram anteriormente, nos dias 23 e 24 de dezembro de 2023, sem qualquer intervenção.
No mais, as ações ocorrem justamente com a “justificativa” do Marco Temporal, que permanece para ser julgado com anuência de todo o aparato burocrático, desde o congresso de reacionários, passando pelo executivo e seu “ministério dos povos indígenas”, até a cúpula do Superior que tem como trabalho, e lazer, o aval da exploração e o derramamento de sangue do povo por meio das mais diversas formas.
Diante da situação, cabe não só a ampla solidariedade, mas que essa se manifeste em ajuda concreta e contínua do movimento popular aos Avá-Guaranis, pela defesa da TI e pela organização de sua luta, e dos povos originários em geral, em torno de sua autodeterminação; indo de encontro com a aliança operário-camponesa e transformando toda guerra reacionária contra o povo em guerra revolucionária pelo povo!