O primeiro ato andou da Candelária até a Central*, mesmo com a tentativa da PM de impedir que o ato saísse, os ativistas romperam o cerco. Durante todo o trajeto fomos recebidos com apoio dos trabalhadores que estavam para enfrentar sua jornada diária de ônibus caro e ruim, trem lotado, metrô lotado. Denunciamos a fala do prefeito Eduardo Paes sobre a “cultura do aumento”, questionando se o aumento da passagem, significa aumento dos salários. A palavra de ordem “Ô, motorista! Ô, cobrador! Me diz aí se seu salário aumentou” chamava também os motoristas e cobradores para verem a pauta como sua.
É um ataque geral ao direito restrito de ir e vir, pela ameaça da integração intermodal e intermunicipal pelo Jaé e aumento geral das passagens dos modais pelo governo Paes e Cláudio Castro – que trocaram farpas na eleição municipal e mostraram a cara parecida de seu governo reacionário. A posição da facção governista com o governo Paes era esperada, visto os novos cargos adquiridos do PT/RJ na Prefeitura. O que é bom, deixa claro que para certos grupos, o pragmatismo é arriscar e negociar o direito dos trabalhos para seu benefício próprio.
Para poder compor o ato, chamamos uma Plenária, dia 13/01, onde conformamos a Frente Contra o Aumento – RJ que aglutina hoje a pauta inegociável através de organizações e independentes. Na Plenária, decidimos pelo ato com a rota Candelária-Central e uma panfletagem centralizada de agitação para o ato na quinta 16/01. O ato panfletou cerca de 2500 panfletos e várias conversas pelo centro da cidade. Além de ações descentralizadas, no nosso caso o reforço da pauta através de colaços, adesivos pelos modais e agitação em ônibus.
Nessa quarta (29) haverá uma nova plenária na Concha Acústica Marielle Franco da UERJ-Maracanã para decidir as próximas mobilizações. Convocamos a todas e todos.
Avante, juventude, a luta é o que muda, o resto só ilude!
*Além disso, é importante lembrar que essa rota não é utilizada pela esquerda desde os atos contra o Bolsonaro e sua política de morte na pandemia. O último ato até então perto da Central havia sido o Grito dos Excluídos, tradicional ato no 7 de setembro de 2023. Este ato, em 2022, aconteceu frente ao acampamento da extrema-direita por um golpe militar em frente ao Comando Militar do Leste (CML), na Praça Duque de Caxias. O último ato contra o aumento, também em 2022, foi parado na Central. É importante conhecer a história dos atos de rua do Centro do Rio e sua importância, tão sabotados pela “esquerda” eleitoreira e altamente utilizada pela extrema-direita nos últimos anos para demonstração de força.