
Atualmente na UERJ estamos passando pelas eleições do DCE (Diretório Central dos estudantes), que é o órgão de representação máxima dos discentes e instrumento de luta dos estudantes em defesa da universidade e de sua permanência, ou pelo menos é assim que ele deveria ser. Na prática, todas as últimas gestões do DCE-UERJ, encabeçadas pelo PT/PêCdoBe, foram marcadas pelo imobilismo, corrupção e oportunismo e o que era pra ser um instrumento de luta acaba se tornando o oposto.
A última gestão (UERJ Vale a Luta) em nenhum momento se colocou ao lado dos estudantes, mas sim aliado a reitoria, fato que fica evidente ao ver seus posisiconamentos e ações diante dos problemas dos estudantes. Em 2023 houve um grande atrasos de bolsas e enquanto os independentes foram as ruas reivindicar seus direitos, alguns membros do DCE recebiam 5 mil reais de um projeto desconhecido. Além de terem membros envolvidos com casos de assédios, físicos e verbais, e agressões contra mulheres e na ocupação do ano passado terem vendido os estudantes para a reitoria Gulnar-Deusdará desde o ínicio até seu fim.
A última gestão “UERJ Vale a Luta” pretende garantir sua renovação, através de seu jogo sujo, fazendo eleições de modo extremamente anti-democrático e corrido para que os estudantes não sejam mobilizados e impedir que outras forças se organizem direito para as eleições, principalmente aquelas independentes.
Nesse ano, a entrega de gestão e a aprovação do estatuto eleitoral foram as duas pautas do CONCAS (Conselho de Centros Acadêmicos), no dia 09/09, espaço restrito apenas aos CA’s e e que aconteceu de forma extremamente suja e anti-democrática, apenas para eles tentarem passar um ar de democracia, mas este fede mais que chorume. Este conselho que começou mais de 1 hora atrasado e foi marcado por falta de transparência, oportunismo e autoritarismo.
Assim como no circo, o DCE levou seus próprios “palhaços” — CAs aliados, que vão desde gestões que não realizam eleições há anos até aquelas que fazem processos eleitorais extremamente corridos e antidemocráticos. Esses parasitas sequer tem autonomia, pois havia um militante do PT dizendo quando era para levantar a mão, e sem nenhum debate com suas bases, esses CAs, junto com a falsa oposição, votaram por decidir os rumos das eleições naquele espaço.
Importante ressaltar que sequer houve balanço da gestão com os presentes, pois eles jogaram as falas políticas para o final da reunião, o que foi questionado por nos junto dos independentes, mas foi aprovado com os palhaços votando em bloco. Já a prestação de contas foi tão ruim quanto o método apresentado por eles, apenas mostraram uma planilha do excel impressa que não tinha um único recibo, os CA’s não tiveram acesso prévio a ela e eles não quiseram apresentar isso na reunião, mostrando apenas o documento físico e tirando “dúvidas individuais”. Para nos e para todos os estudantes fica um questionamento, o que o DCE da UERJ tem para esconder dos estudantes?
A cereja do bolo foi a infeliz fala da mesa quando houve um destaque de esclarecimento do CACIS (correnteza) sobre o tempo que essa gestão duraria, ela respondeu que existem 3 versões do estatuto (de 1983, 1990 e 1998) e que em cada um tinha um tempo de mandato – 1 ano, 1 ano e meio e 2 anos respectivamente – e eles escolhiam a de 2 anos. Após essa deplorável declaração, os estudantes honestos gritaram pedindo mais esclarecimentos, mas o CACIS preferiu retirar o destaque e o teatro continuou. Importante lembrar que em um DCE sério, existe apenas um estatuto – que pode ser alterado, mas será um com as alterações e não dois – e nenhum dos estatutos do DCE é público.
No fim, o CONCAS decidiu por eleições extremamente corridas, com menos de 2 semanas de duração, e com requisitos extremamente altos para se participar, para impedir os estudantes independentes de montarem uma chapa. Durante toda a reunião, nos junto dos independentes denunciamos e contestamos o modo como o conselho estava sendo tocado e como e o que estava sendo decidido ali.
Nos defendemos que as eleições para o DCE devem ser feita com ampla participação dos estudantes e mobilizar toda esta categoria, levado eles a pensarem e refletirem nos rumos do movimento estudantil frente aos problemas da universidade. Para que isso ocorra, tanto a entrega e balanço da gestão, quanto a decisão de como ocorrerá a eleição do DCE devem ser feitos em assembleia estudantil com ampla participação estudantil e não ficar restrito apenas aos CA’s. Entretanto, com o aparelhamento do DCE pelo PT, isso é suprimido e a eleição se torna apenas mais um processo burocrático para eles se renovarem e manterem a UERJ sendo seu “feudinho”.