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Nesta data, nós, do Novo Movimento Estudantil Popular Revolucionário, junto ao Movimento Revolucionário de Mulheres (MRM), viemos prestar nossa homenagem à luta do povo negro do país, que carregada de exemplos de heroicidade e coragem, está entrelaçada com a história do Brasil.
Heróis e heroínas, como Zumbi, Dandara e tantos outros cujos nomes não conhecemos, ousaram lutar, construindo quilombos pelo país, realizando incursões de libertação nas fazendas, trilhas de fuga. Também retomamos a memória de Maria Filipa, filha de sudaneses, que lutou pela independência da Bahia e pelo fim da escravidão. Ela organizou 200 pessoas e derrotou cerca de 40 embarcações portuguesas após atear fogo nelas. Rendemos nossa homenagem a mais uma mulher negra insurgente, Luiza Mahin, que se destacou durante a Revolta dos Malês. E, por fim, saudamos a memória do guerrilheiro Osvaldão, militante comunista que combateu no Araguaia, amado pelo povo e temido pelos inimigos, exemplo de firmeza, coragem e audácia revolucionária.
A coragem de Zumbi segue viva, pois pulsa nos corações daqueles que se levantam contra a exploração e opressão, lutando por uma revolução de Nova Democracia em nosso país.
Trazemos um poema da escritora, sambista e catadora, como ela gostava de ser definida, Carolina Maria de Jesus. Entre os seus diversos escritos, Carolina, uma mulher lutadora que criou seus filhos sozinha, conhecida por sua coragem e temperamento firme, necessários para enfrentar as dificuldades da vida, em suas fotos, vemos a mistura de traços marcados pela vida dura, mas com um sorriso doce. Apaixonada por livros, dizia que gostaria que todo mundo lesse, que nos livros ela podia encontrar uma vida diferentes, mesmo que durasse apenas alguns minutos, escreveu livros e poemas, sempre registrou em seus escritos as discriminações que sofreu e denunciou as condições de vida que a população preta enfrenta no país. Neste poema, Carolina diz:
Muitas fugiam ao me ver
Pensando que eu não percebia
Outras pediam pra ler
Os versos que eu escrevia
Era papel que eu catava
Para custear o meu viver
E no lixo eu encontrava livros para ler
Quantas coisas eu quiz fazer
Fui tolhida pelo preconceito
Se eu extinguir quero renascer
Num país que predomina o preto
Adeus! Adeus, eu vou morrer!
E deixo esses versos ao meu país
Se é que temos o direito de renascer
Quero um lugar, onde o preto é feliz.
Carolina Maria de Jesus, Antologia pessoal.
Rebelar-se é Justo!
Ir ao combate sem temer, ousar lutar!
Novo Movimento Estudantil Popular Revolucionário!