
Bandejão UFRJ, campus PV durante a paralisação dos terceirizados
Hoje (11/04), começou em massa a paralisação dos funcionários terceirizados dos bandejões da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) devido ao não pagamento de seus salários, FGTS, vale-transporte e vale-alimentação pela empresa NUTRYENERGE, salários os quais tinham previsão de serem pagos no dia 04/04. A empresa postou uma nota durante a manhã informando o pagamento de metade do salário e pondo como previsto o pagamento da outra metade na sexta (18/04). Apesar dessa tentativa vã de apaziguamento os estudantes, durante o almoço, se mobilizaram para fazer um calotaço nos Restaurantes Universitários (RUs) e até mesmo serviram comida uns para os outros, como no bandejão de Letras, em nenhum dos bandejões que funcionaram os alunos pagaram. O jantar foi em menor escala e só funcionou no bandejão Central, novamente com os estudantes se servindo.
No campus da Prava Vermelha (PV) da UFRJ, na parte da manhã, não se sabia se haveria ou não o almoço devido a paralisação. Um pouco antes da abertura do bandejão, alguns estudantes tentaram negociar com a fiscal, através de um segurança, o qual repassava para ela o pedido dos estudantes, que consistia na entrada gratuita no bandejão. Os estudantes puxaram a palavra de ordem “Não vamos pagar! A NutryEnerge vai se ferrar!” o que elevou seus espíritos para eventual caso de resistência. Após isso e a abertura deste, os discentes entraram e conseguiram convencer a fiscal a deixar os estudantes entrarem sem identificação nem a realização do pagamento. Os estudantes se organizaram em fila, de modo a não tumultuar. Quem estava servindo o almoço eram não os terceirizados, mas uma fiscal e uma nutricionista, as quais estão com os salários em dia, e um estudante perguntou se estas iriam querer ajuda para servir a comida, mas o auxílio foi negado.
A luta pelo abono de faltas continua, pois, mesmo neste dia extremamente sintomático, alguns professores decidiram não dar abono de falta aos estudantes que não puderam ir para a faculdade sem que eles pudessem acessar ao RU. Esta situação escancara a precarização que a UFRJ vem sofrendo, com um baixíssimo orçamento anual de apenas 423 milhões e que culmina em sua infraestrutura cada vez mais decadente, além dos contratos mal feitos com empresas privadas, como a Nutryenerge. Além disso, avança a luta contra a tentativa da reitoria de aumentar o preço do bandejão da faculdade, o qual já possui diversos problemas, como as enormes filas nos inícios de períodos e estar em condições precárias.
Atualmente, os estudantes estão sem saber o que acontecerá na universidade na próxima semana, isto é, se os RUs funcionarão e se haverão aulas. Isso é causado pelos criminosos atrasos de salário por parte da Nutryenerge que resultaram na justa e grandiosa paralisação dos terceirizados do bandejão. Agora cabe aos estudantes de todos os campi se mobilizarem junto dos terceirizados, como aconteceu hoje, para que seja realizado o pagamento deles, que são uma das categorias mais precarizadas e sem direitos da universidade, e para que estes tenham melhores condições de trabalho. Assim, convocamos todos a estarem presentes no ato que acontecerá quarta-feira, dia 16/04, às 12 horas, contra o aumento do preço do bandejão do campus da PV, na Urca, da UFRJ e em solidariedade aos terceirizados.
NÃO VAMOS PAGAR! A NUTRYENERGE VAI SE FERRAR!
TERCEIRIZADO NÃO É ESCRAVO!
CONTRA O AUMENTO DO BANDEJÃO!



