
Reublicamos aqui a importante nota do Comitê Comunista Maoísta (CCM) sobre a luta no movimento comunista internacional, que foi publicada originalmete no blog Luta de Duas Linhas.
Recentemente, em nome da equipe editorial do blog “Servir ao Povo”, certos gonzalistas envergonhados brasileiros1 fizeram um ataque público, nominal e furibundo a todo o campo de partidos comunistas que sustentam na prática a campanha em defesa da guerra popular da Índia2. Na introdução ao documento do Partido Comunista da Índia (Maoista) de denúncia à linha capitulacionista de Balraj – curioso que se traduza um documento dos camaradas indianos no momento em que fica mais flagrante o covarde divisionismo e boicote à defesa da GP da Índia praticado pelo campo ao qual o blog está ligado – dizem os redatores:
“O PCI (Maoista) se depura deste elemento, como a Revolução Mundial está a se depurar crescentemente dos novíssimos revisionistas e bastardos traidores, cripto-avakianistas e cripto-prachandistas, unidos em frente única hoje com a LOD no Peru, os revisionistas turcos do TKP menos ML, os direitistas da UOC-mlm (Colômbia), do ‘PCm Itália’ e do ‘PCm Afeganistão’”.
Chama atenção que um blog tenha a pretensão de pronunciar sentenças em nome da “Revolução Mundial”. Será isto o devaneio desvairado de jovens inexperientes ou, ao contrário, a covardia incorrigível de certas eminências pardas, esmeradas no método oportunista de travar “lutas” por procuração? Em qualquer caso, não nos parece razoável e nem honesto que se valha de textos apócrifos para travar uma luta de duas linhas entre organizações comunistas sérias. Mas o método também diz do conteúdo. Agitando o espantalho da Linha Oportunista de Direita no Peru, os subjetivistas atacam de modo desrespeitoso e infantil uma organização que, ao contrário deles próprios, combate com guerra popular o Estado fascista turco, como é o caso do Partido Comunista da Turquia – Marxista-Leninista. Vendo semelhante procedimento, quase se pode crer que ele é realmente obra de celibatários involuntários radicalizados da deep web e não de dirigentes supostamente provados.
Quanto ao mérito, os “editores do blog” buscam de maneira totalmente extemporânea vincular a denúncia pública de um desertor do Partido Comunista da Índia (Maoista) e da Guerra Popular neste país ao ataque a uma série de partidos históricos que têm sustentado por anos o apoio a este mesmo processo revolucionário. Trata-se, na verdade, de uma luta de duas linhas bem mais profunda, com repercussões no Brasil, entre o marxismo-leninismo-maoismo, que é como se caracteriza a ideologia do proletariado internacional nesta fase do seu desenvolvimento, por um lado, e a caricatura gonzalista envergonhada sustentada pelo campo organizado em torno do ocultista e autoproclamado P.C.B, de outro. Usando da justa denúncia do PCI (M) a um desertor que, mancomunado com a polícia, proclama a capitulação da guerra popular, estes curiosos endeusadores de si mesmos pretendem condenar a cisão em geral, manobra retórica absolutamente incompatível com o comunismo científico. É evidente que, enquanto preserva uma linha revolucionária e a vigência do centralismo democrático (remédio inclusive para a correção dos erros, e por isso inaceitável para os revisionistas), a unidade do partido deve ser preservada e as dissensões resolvidas internamente. Contudo, se o partido muda de cor –e a revisão sobre uma série de questões básicas sobre a ideologia do proletariado, a começar pela sua própria caracterização, quiçá a mais importante da qual toda a demais estratégia e táticas são derivadas, significa efetivamente mudança de cor – é mais do que direito, é dever para autênticos comunistas a cisão com ele e a sua denúncia. É o que nos ensinam teórica e praticamente os mestres do proletariado internacional e é o que sintetizaram os maoístas chineses no curso da Grande Revolução Cultural Proletária:
“Quando confrontado com questões que dizem respeito à linha e à situação geral, um verdadeiro comunista deve agir sem quaisquer considerações egoístas e ousar ir contra a maré, não temendo nem o seu afastamento de seu cargo, a expulsão do Partido, a prisão, o divórcio ou a guilhotina.” 3
Como se sabe, Teng Xiaoping e a direita do partido, representantes da via capitalista, seguiram os revisionistas soviéticos ao assinalarem a “unanimidade” e não a contradição como motor do desenvolvimento da sociedade socialista e do partido comunista. Em 1975, Teng preconizou a “unidade e estabilidade como elo principal da sociedade chinesa”, cantilena que serviu como justificativa para o golpe contrarrevolucionário de 1976 e a liquidação da GRCP, e ainda hoje está no cerne da visão de Xi Jinping sobre a sociedade e o partido. Ao contrário, a luta decidida contra a degeneração ideológica, se não encontra vias para se realizar por meios internos, deve se tornar pública: o recuso à coexistência pacífica com o revisionismo e suas variantes “originais” são provas de fidelidade e moral revolucionárias genuínas. Ou se é um comunista ou se é um invertebrado.
Logo na sequência, dizem os “blogueiros”:
“Neste sentido a publicação da revista virtual de Via Maoista de Itália, intitulada ‘Luta de duas linhas’ e suas subsidiárias de alhures, são a luta da linha de direita contra a linha de esquerda, da direita contra a esquerda no MCI; direita que deve ser desmascarada e aplastada.”
É realmente espantoso que se use um documento do glorioso Partido Comunista da Índia (Maoista) para atacar o veículo que de modo mais consequente tem difundido não só a solidariedade bem como uma série de documentos dos camaradas indianos, inclusive sua crítica à LCI! Trata-se, como se vê, de um ataque ardiloso – mais um – às posições defendidas pelos próprios camaradas maoístas indianos. A defesa envergonhada do gonzalismo, o ataque envergonhado à principal guerra popular em curso: talvez seja esta espécie de ocultismo teórico o verdadeiro aporte de validez universal realizado por supostos maoistas brasileiros. Lênin dizia que o oportunista “evita sempre pôr as questões de maneira clara e definida”. Não é precisamente assim como agem os “valentes” redatores deste ataque furibundo?
O texto parece não ter qualquer pudor em torcer fatos e formulações para fazê-los se encaixar em fórmulas pré-concebidas. A desidentidade com a formulação dos camaradas indianos é tamanha que os redatores são obrigados a gastar uma parte enorme da introdução para demarcar perante o Partido Comunista da Índia (Maoista) a sua singular ideia de “Chefatura”. Dizem:
“Importante destacar no documento a passagem que consideramos seu enfoque incorreta, em que os camaradas da revista criticam o que denominam por ‘linpiaoismo’ como uma atitude dúbia, de realizar publicamente uma defesa errônea e exagerada da liderança revolucionária unipessoal do Presidente Mao Tsetung enquanto que, no privado, realizava um trabalho conspirativo de sapa.”
Na sequência, os redatores da introdução emendam uma citação completamente descontextualizada do documento do PCCh “Sobre a questão de Stalin”, de 1963, confundindo a crítica maoista ao suposto combate ao culto à personalidade de Kruschev (suposto porque ele promovia na verdade o culto mais desavergonhado de si mesmo) com a defesa de alguma espécie de culto ao chefe jamais sustentada nem por Lênin e nem por Mao – que até o fim da vida, nos seus escritos pessoais, se referiu à ideologia do proletariado internacional como “marxismo-leninismo”. Na parte que não transcrevem os “redatores do blog”, do mesmo texto, dizem os maoistas chineses:
“Concedemos importância ao papel dos chefes, porém nos opomos a todo elogio do indivíduo que seja desmesurado e não corresponda à realidade, e nos opomos à exageração de seu papel. Já em 1949, por sugestão do camarada Mao Tsetung, o Comitê Central do PCCh adotou uma resolução segundo a qual se proíbe celebrar publicamente os aniversários dos dirigentes do Partido e denominar lugares, ruas ou empresas com seus nomes.”
Como se sabe, de fato Lin Piao promoveu de modo exacerbado o culto ao Presidente Mao como forma de preparar o seu próprio assalto ao poder, a ponto de introduzir nos Estatutos do IX Congresso do PCCh (1969) a sua condição de “sucessor” daquele. Tal atitude feudal foi repudiada pela esquerda e mesmo antes, já em em 1967, o próprio Mao baixou uma Diretiva visando interromper práticas como leituras rotineiras e superficiais de citações e outros rituais semelhantes, como a construção de estátuas4. É bastante sintomático – mais do que isto, é uma confissão de culpa – que os gonzalistas envergonhados brasileiros precisem matizar a sua “apropriação indébita” do documento do PCI (M) exatamente neste ponto.
No que se refere aos camaradas do Partido Comunista da Índia (Maoista), estes dizem, na sua fundamental denúncia à direção de Prachanda no Nepal:
“Tal glorificação [dos líderes individuais] não ajuda no funcionamento coletivo dos comitês do Partido e ao Partido em seu conjunto e as perguntas à linha quase nunca se colocam quando provém de um líder individual infalível. Em tal situação, é sumamente difícil por parte do Comitê Central, para não falar dos quadros, lutar contra um desvio grave da linha ideológico-política, ou na estratégia básica e táticas, inclusive quando é evidente que vão contra os interesses da revolução.”5
Ao fazer uma aparentemente ingênua ponderação a um aspecto do texto dos camaradas indianos, os redatores do blog na verdade tentam passar seu contrabando personalista malcheiroso à teoria do Partido de Lênin e de Mao como coisa de pouca monta. Não, tal debate é realmente crucial, pois trata do principal instrumento revolucionário com que o proletariado conta para tomar e defender o poder. Se lhe escapa o controle deste instrumento, como poderia pretender dirigir toda a sociedade? Ademais, não se trata de um debate meramente histórico, mais ou menos distanciado no tempo, mas de um balanço sobre a teoria da “chefatura” tal como apareceu como “Pensamento Gonzalo” no Peru e foi depois apropriada e desenvolvida a seu modo, como “Caminho Prachanda” no Nepal. Qual balanço os gonzalistas envergonhados do P.C.B. fazem de semelhantes processos? Na verdade, já sabemos: no Peru, não houve nenhum erro da liderança, sendo os reveses e a longa ressaca (na prática, a pulverização do partido) que se seguiu resultado apenas da correlação de forças; no Nepal, ao contrário, a correlação de forças não teve peso algum e tudo foi responsabilidade exclusiva da liderança. Como se vê, não há critério, não há análise, não há história, não há dialética.
No mesmo documento citado acima, o PCCh diz que os verdadeiros chefes “quer sejam membros do Comitê Central ou dos comitês locais, surgem da luta de classes e do movimento revolucionário das massas. São infinitamente fiéis às massas, estão intimamente ligados a elas, sabem sintetizar com acerto suas idéias e pôr logo em prática as idéias assim sintetizadas. Os chefes deste tipo são representantes verdadeiros do proletariado e geralmente reconhecidos como tal pelas massas.”Neste sentido, não há autênticos chefes meramente autoproclamados em reuniões, nem organização conspirativa que possa sobreviver sem estar profundamente vinculada às massas trabalhadoras. A nomeação de “chefes infalíveis” e mesmo de supostos desenvolvedores da ideologia do proletariado sem a defesa pública destas teses nem qualquer comprovação na luta revolucionária seria apenas uma corruptela, isto é, uma apropriação degenerada do predicado pelo próprio Camarada Gonzalo. Não escondam-se atrás de críticas sobre questões importantes mas derivadas, senhores! Tenham ao menos a dignidade –não perante nós, mas à sua própria militância –de abordar o centro nervoso das divergências! Lembrar-se-ão ainda do que disseram Marx e Engels no Manifesto de 1848, de que os comunistas não se rebaixam a esconder os seus princípios? Ideologia é questão de princípio, não pode existir “ideologia oculta”. Refutem esta afirmação, se puderem.
Na verdade, a clandestinidade de uma organização serve a defendê-la do inimigo e manter erguida a bandeira da revolução, como enfatizou certa feita o próprio Camarada Gonzalo. Ela não se presta a ocultar nem o programa nem a manter seus dirigentes imunes à luta política. Isto não seria um partido proletário, mas uma “pequena seita secreta”, do tipo já denunciado por Marx e Engels acerca de Bakunin:
“Encontramo-nos perante uma sociedade que, encobrindo-se com o anarquismo mais extremista, não dirige seus golpes contra os governos existentes, senão contra os revolucionários que não aceitam sua ortodoxia e sua direção. Fundada pela minoria de um Congresso burguês, se infiltra nas fileiras da organização internacional da classe proletária e tenta a princípio apoderar-se de sua direção; mas quando seu plano fracassa, trata de desorganizá-la. Esta sociedade substitui descaradamente com seu programa sectário e suas ideias estreitas o amplo programa e as grandes aspirações de nossa Associação; organiza nas seções públicas da Internacional suas pequenas seitas secretas, que, obedecendo a uma mesma consigna, conseguem em bastantes casos dominá-las por sua ação, concertada de antemão; ataca publicamente em seus jornais a todos os elementos que se negam a se submeter à sua vontade; provoca a guerra aberta – são suas próprias palavras – em nossas fileiras. Para conseguir seus fins não retrocede ante nenhum meio, ante nenhuma deslealdade; a mentira, a calúnia, a intimidação e as armadilhas lhe convém por igual. Por último, na Rússia, esta sociedade substitui inteiramente a Internacional e comete, encobrindo-se com seu nome, crimes de direito comum, golpes e um assassinato, dos quais a imprensa burguesa e governamental fizeram responsável a nossa Associação. E a Internacional deve silenciar todos estes fatos porque a sociedade culpada deles é secreta! (…) Contra todas estas intrigas não há mais que um meio, mas de uma eficácia fulminante: é a publicidade mais completa. Denunciar estas intrigas em todo o seu conjunto significa reduzi-las à impotência. Protegê-las com nosso silêncio constituirá não só uma ingenuidade, da qual os chefes da Aliança seriam os primeiros a zombar, senão uma covardia. (…) Que os cabecilhas da Aliança falem, pois, a gritos de denúncia. Nós os denunciamos para o desprezo dos operários e benevolência dos governos, aos quais prestaram um serviço inapreciável desorganizando o movimento operário.”6
Desculpem, leitores, a longa citação, mas de todo oportuna e necessária – na verdade, seria instrutivo ler esta denúncia do bakuninismo na íntegra, inclusive do profundo autoritarismo que o caracteriza7. A questão é que um partido político clandestino, como o Partido Comunista da Índia (Maoista), é radicalmente distinto de uma seita. No seu balanço de 20 anos desde a fusão em 2004, o glorioso PCI (M) presta homanagem a 5.249 mártires (dos quais, mil mulheres e vinte e dois membros do Comitê Central do Partido) tombados na luta pela realização da Revolução de Nova Democracia. Reconhecidos como uma força política na sociedade indiana, os continuadores do “trovão da primavera” de Naxalbari têm laços profundos com as massas camponesas e as castas mais oprimidas do país – da onde recrutam a maior parte dos seus quadros – além dos operários e intelectuais de vanguarda. O PCI (M) tem um porta-voz e se expressa sobre diferentes aspectos teóricos e políticos da sociedade através de inúmeras publicações, inclusive nas línguas locais. Trata-se de um partido clandestino com caráter de massas, isto é, um autêntico partido comunista e não de uma seita secreta. Portanto, quando os editores do blog ironizam o ataque do direitista denunciado pelo PCI (M) à sua clandestinidade, indagando: “uma forma oculta de atacá-lo, quem sabe, como seita?”, mais uma vez, como na questão do Lin Piao, apenas professam culpa. Sejamos gratos pela sua completa ausência de lógica, inclusive para ocultar com alguma competência as suas perversões teóricas!
Em outro ponto, é novamente ridículo e ilógico o argumento dos redatores da revista, ao dizerem, tentando subrepticiamente nivelarem por baixo a experiência indiana com outras que eles não nomeiam: “Trata-se de uma guerra de massas, qualquer que seja a extensão dessa e o volume de massas incorporada, o que depende do estágio de desenvolvimento desta mesma guerra popular.”(Grifo nosso). Chega a ser hilária a forma como os redatores do blog assumem involuntariamente cada um dos seus desvios. O que significa dizer que uma guerra é de massas “qualquer que seja” a extensão e o volume das massas efetivamente mobilizadas, senão que a proclamação é o que importa, por cima de qualquer comprovação prática? Isto seria o mesmo que dizer que não importa, saindo de São Paulo em direção ao Rio de Janeiro, que se pegue o sentido sul, desde que afinal se pegue alguma estrada… Em segundo lugar, não é nem mesmo problema apenas de número. Em seu esclarecedor livro sobre a experiência da ALN nos anos do regime militar, “Viagem à luta armada”, Carlos Eugênio (Comandante Clemente) diz que esta organização foquista chegou a ter 12 mil membros em todo o país. Isto é muito mais do que pode sonhar qualquer dos grupos associados à LCI, inclusive os nossos redatores “das massas” do blog Servir ao Povo, mas nem por isso era aquilo uma guerra popular. Guerra Popular, para o Maoismo, isto é, segundo formulado pelo Presidente Mao no curso vivo da revolução chinesa, pressupõe, além da existência do partido comunista, dois pilares: guerra de guerrilhas e uma sólida base de massas. Presentes na Índia, elas estão completamente ausentes em qualquer das organizações que professam o gonzalismo envergonhado. Desafiamos os valentes redatores, que parecem tão bem informados, a nos contrariarem com fatos e provas inequívocas, e não sugestões do que “talvez possivelmente esteja em vias de ocorrer…”. Falar em novo poder ou em poder popular sem as condições acima, atende pelo nome de reformismo, ainda que possa se radicalizar aqui e ali e até mesmo armar-se, de que temos abundantes exemplos na história latino-americana.
Finalmente, há um silêncio bastante eloquente na referida nota: ela cita uma série de partidos e organizações, menos, vejam só, o Comitê Comunista Maoista do Brasil que endereça a crítica mais severa a semelhantes corruptelas… Cuidado, senhores, a avestruz ao enterrar a cabeça diante do perigo costuma deixar outras partes mais vulneráveis expostas. Mas este negacionismo é, ele também, bastante revelador do subjetivismo cego que caracteriza esta posição. De resto, a história humana, que já registrou muitas coisas, ainda não conheceu dois eventos: um tirano não agir em nome da liberdade e um revisionista admitir que é um direitista. Apenas a análise rigorosa do conteúdo e das consequências de uma posição, de modo a apreender as suas contradições específicas, bem como as suas consequências práticas,permite estabelecer semelhante juízo.
Seja como for, não deixa de ser bastante sintomático que tais ataques semi-apócrifos e desesperados praticamente coincidam tanto com uma vigorosa campanha internacionalista em defesa da guerra popular da Índia como com a denúncia ao nefasto papel do P.C.B. e seu campo na revista Luta de Duas Linhas, cuja questão central colocada sobre a mesa, que é sobre o atual estágio e caracterização da ideologia do proletariado, segue sem resposta. Quanto ao Comitê Comunista Maoista e organizações de massas surgidas na crítica a estas concepções antimarxistas, que os nossos contendentes juraram “varrer” em público, seguem se fortalecendo dia a dia. Não poderia ser de outro modo, afinal o marxismo-leninismo-maoismo nasceu e se desenvolveu em meio à luta encarniçada contra os desvios de direita e de “esquerda” e será através dela que ele abrirá caminho, não sem percalços, agora e no futuro.
Camarada Vítor
Comitê Comunista Maoísta – 23 de abril de 2025.
- Usamos esta expressão, “gonzalismo envergonhado”, para denominar um campo, agrupado em torno do autoproclamado P.C.B. na Liga Comunista Internacional (LCI), que advoga o caráter “universal” do pensamento Gonzalo e a impossibilidade de levar a revolução proletária mundial ao seu triunfo sem a aplicação ipsis literis de tais “aportes”. Isto, como demonstramos em nosso documento “Pedra de toque”, significa se sobrepôr inclusive à definição do Camarada Gonzalo do Maoísmo como etapa “superior” da ideologia do proletariado e predicar de fato a sua superação no altar de uma nova etapa gonzalista. ↩︎
- https://serviraopovo.com.br/2025/03/15/india-desmascarando-a-linha-revisionista-moderna-de-balraj-e-seus-asseclas-revista-nazariya-2024/ ↩︎
- Wang Hongwen – Sobre a revisão dos estatutos do Partido, X Congresso do PCCh, 1973. ↩︎
- http://bannedthought.net/China/MaoEra/GPCR/Chinese/RecommendationOnDisseminationOfMaoFiguresAndSayings-CCP-CC-1967-Chinese.pdf ↩︎
- “Contra a capitulação no Nepal”, PCI (M), 2006. Traduzido do espanhol do site revolucionobrera.com ↩︎
- Marx e Engels, do folheto: “A Aliança da Democracia Socialista e a Associação Internacional dos TRabalhadores”, 1873. ↩︎
- Em outro ponto, comentando os Estatutos da Aliança secreta de Bakunin, que visavam regulamentar a vida social nos mínimos detalhes, ironizaram Marx e Engels: “Que bela mostra de comunismo de caserna! Nele há de tudo: restaurantes e dormitórios comuns, comissários-fiscalizadores e oficinas que regulamentam a educação, a produção, o consumo, em uma palavra, toda a atividade social, e à cabeça de tudo, nosso Comitê, anônimo e desconhecido como direção suprema. Indubitavelmente, se trata do mais puro antiautoritarismo…”. (Idem). ↩︎